Sono

domingo, 3 de abril de 2011 0 comentários
Naquele momento tinha plena coinciencia do seu corpo.
Sentia cada membro, cada pedaço de pele, cada osso pesar. Como se seu corpo inteiro estivesse lhe dizendo: 'deite-se'.
Você faz mais força para manter-se de pé.
Seus olhos, os mais traiçoeiros, fazem de tudo para fazê-lo se render. Assim como crianças birrentas, tentam de todas as maneiras se fechar: eles ardem, pesam, piscam. Logo os cílios se manifestam e você os sente doer. Você então os fecha por um breve momento, só para ver se eles se seus olhos se acalmam, e você sente um alívio ao ver que sim.
Tão rápido você os fecha e o seu corpo já entrou em ação.
É uma emboscada.
Seu cérebro começa se desligando. Você então perde a noção de onde está ou o que estava fazendo, tudo o que você sente é o seu peito subindo e descendo em uma respiração compassada e relaxada. Perde o dom de entender os sons ao seu redor, ficando cada vez mais distante, como se alguém estivesse abaixando o volume das vozes e dos carros como em um botão no rádio.
Depois disso, entram os músculos, que rapidamente relaxam e dobram o peso. Sua cabeça começa a pesar tanto que é necessário o apoio da mão. Sua mente começa a trabalhar, e logo pensamentos como 'oh, como estou cansada' ecoa. Um flash da noite anterior bate e você começa a se questionar: 'porque eu nao sai de lá mais cedo?', ou 'se eu sabia que teria que sair tão cedo, porque fui dormir tão tarde?'. E começa a transformar as coisas que poderia ter deixado de fazer da noite anterior em horas de sono e vai calculando o prejuízo.
Você caiu na armadilha.
Escapar dela só depende de como foi a tal noite anterior:
Se foi ruim, se deixa envolver e perde a batalha. Fica com aquela sensação de angústia e arrependimento, que duram horas depois de você cair no sono.
Mas, se a noite foi boa, trata logo de se sentir bem, começa a pensar nas coisas que fez e o porque foram tão boas e o corpo se dá por vencido. Vê que uma noite de sono por um momento bem vivido é uma troca justa.
Aí vem o movimento involuntário do bocejo, primeiro sinal de alívio. Você respira fundo e logo começa a sentir seu corpo mais leve e tranquilo, a culpa da falta de sono se esvai.
E você acorda.

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