Você consegue ver cada parte da lataria se deformando e o longo bastão de concreto vindo em sua direção não lhe dá chances de correr. Consegue sentir os cacos de vidro batendo no seu rosto e o barulho alto de metal quebrando e um pneu estourando. Pode ouvir também o grito de algumas pessoas e essa é a última coisa que escuta antes de tudo escurecer. Não há dor. Apesar de não parecer, tudo aconteceu tão rápido que impacto da sua cabeça contra o metal já sem forma e depois a pressão que faz entre ele e o banco faz com que seu cérebro pare de funcionar na hora. E a costela que quebrou perfura seu coração, que para de bater. É instantâneo.
Já ouvi dizer que toda sua vida passa diante dos seus olhos. Eu pensei nos "se...".
Em todos os "se's" que eu poderia ter evitado naquele dia, desde "se eu não tivesse ficado para tomar mais uma com as meninas" até "se essa mulher não tivesse sentado no meu lugar".
Mas não é assim que as coisas são? Depois que não há mais jeito, você repensa nas possibilidades. A vida nos dá essa última reflexão para que essa culpa caia sobre você, não sobre ela. Você é o único responsavel pelo que lhe aconteceu.
1 comentários:
Maravilhoso! Estou à espera do seu livro, amiga.
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